Uma rede de clínicas que atuavam em Goiânia foi fechada após vítimas procurarem a polícia alegando queimaduras graves decorrentes de sessões de bronzeamento em câmaras que utilizavam lâmpadas fluorescentes de luz ultravioleta (UV) para fins estéticos. Durante todo o dia desta sexta-feira (11), agentes da Central de Flagrantes, junto à Vigilância Sanitária de Goiânia, deflagraram a operação "Bronze Mortal".
A operação visa combater o uso irregular de câmaras de bronzeamento que estavam em desacordo com a Resolução 1260/2025, que proíbe o uso de luz fluorescente de alta potência em equipamentos de bronzeamento e outros fins estéticos. Há comprovação científica de que a exposição da pele a essas luzes causa câncer de pele, envelhecimento precoce e danos à visão.
Durante a ação da Polícia Civil, junto com a Vigilância Sanitária, quatro pessoas foram presas em flagrante, incluindo um marceneiro que produzia ilegalmente os equipamentos. Na operação, oito máquinas de bronzeamento foram apreendidas, além de mais de 100 lâmpadas fluorescentes provenientes da Alemanha e dos Estados Unidos utilizadas nas máquinas. Duas blogueiras, donas de espaços estéticos que anunciavam nas redes sociais cursos de bronzeamento artificial, e um proprietário de uma clínica de luxo localizada no Setor Bueno foram levados para a carceragem da Central de Flagrantes, no centro da capital goiana.
No total, mais de 15 máquinas foram apreendidas e interditadas nos locais, além de produtos estéticos vencidos encontrados nas clínicas do Setor Bueno.
Queimaduras graves
Nas redes sociais, mulheres que passaram pelas sessões de bronzeamento relataram queimaduras graves e tiveram que ser internadas para tratar os ferimentos. Em um comentário, uma modelo relatou que teve 70% do corpo queimado com queimaduras de segundo grau. Outras mulheres também compartilharam nas redes sociais as experiências traumáticas que enfrentaram e afirmaram que os profissionais diziam ser normal sentir dor e vermelhidão pelo corpo.
Uma das vítimas, que prefere não se identificar, conta que ao retirar a fitinha utilizada para fazer a famosa marquinha, metade da pele saiu junto. Assustada, ela procurou imediatamente o pronto-socorro da região.
Todos os presos foram levados para a Central de Flagrantes na região central de Goiânia e passaram por audiência de custódia.